Após estudos da obra "Lições de Arquitetura" de Herman Hertzberger, foi possível relacionar alguns dos conceitos empregados pelo autor ao espaço escolhido para a intervenção.
Na Praça da Liberdade o local que mais chamou a atenção do grupo foram as calçadas entre a fonte e o ponto de ônibus (em frente ao CCBB). Lá foi possível observar uma expressiva demarcação territorial, pois, enquanto que na área mais próxima à fonte havia um maior número de pessoas que permaneciam no local, na calçada mais larga o grau de acesso de indivíduos passando, seja caminhando ou correndo, era muito mais elevado.
As condições criadas proposital ou ocasionalmente para resultar em um maior envolvimento dos indivíduos com o espaço são de grande importância para a análise. A praça como uma totalidade apresenta uma notável diferenciação territorial, sendo que os locais escolhidos são frequentados pelo público anteriormente destacado, em virtude de suas características: a área próxima à fonte é calma , possui sombra e é mais reservada, enquanto que a calçada próxima à rua é ampla, arejada e com boa visão do todo. É importante destacar a relevância do intervalo criado pelo canteiro, que usa da vegetação para separar dinâmicas de lugares díspares de uma forma suave e gradativa.
A primeira ideia para a intervenção buscava relacionar algo que agregasse o uso de sons e imagens provocando a interação das pessoas, levando em consideração o movimento criado pelos indivíduos. Assim, nossa intenção era projetar imagens ou cores nas árvores que são visíveis a quem estaria no ponto de ônibus, considerando o número de indivíduos que acessassem esse local. Além disso, pretendíamos posicionar lasers em alguns locais da calçada, que seriam ativados a partir da passagem dos indivíduos, sendo que os sons modificariam de acordo com o número de pessoas que acessassem os diferentes pontos monitorados, concomitantemente.